Muitos empreendedores têm dificuldade de gerir o negócio.
Em diversos casos, a falta de conhecimento de termos técnicos a respeito da administração e da contabilidade é um dos principais problemas.
Se você se encaixa nessa situação, saiba que precisa aprender o que é contabilidade gerencial.
Dessa forma, terá mais sucesso ao tomar decisões e poderá visualizar a saúde financeira do seu negócio de maneira mais clara e objetiva.
Mas o que é essa ferramenta? Antes de entender, é preciso compreender que, de maneira mais ampla, a contabilidade analisa o patrimônio da organização, suas variações e fenômenos.
Assim, a contabilidade analisa os fatos que impactam o patrimônio da empresa, oferecendo dados que servem para a tomada de decisões mais assertiva. Então, chegamos à seguinte questão:
O que é a contabilidade gerencial?
É aquela cujo objetivo é permitir a elaboração de relatórios voltados para o público interno.
Ou seja, nesse caso, o intuito não é fornecer dados para as partes interessadas externas.
Em outras palavras, podemos dizer que esse tipo de contabilidade é uma ferramenta que apresenta um resumo das informações fornecidas à alta direção da organização.
Isso significa que os documentos gerados são utilizados por gestores, diretores e pelo próprioempreendedor, que tem acesso ao detalhamento de todos os recursos financeiros disponíveis, da geração de receitas, da saúde financeira da empresa (considerando as contas a pagar e a receber), entre outros elementos necessários para uma gestão eficiente.
Por isso, podemos dizer que esse tipo de contabilidade está voltado para o controle, o planejamento e a tomada de decisão, devendo ser ajustada conforme a necessidade da empresa e as inovações tecnológicas, assegurando que os dados sejam bastante assertivos.
Qual é o objetivo da contabilidade gerencial?
O principal objetivo dessa ferramenta é fornecer subsídios para a tomada de decisão. Por isso, ela assegura que as informações corretas serão repassadas no momento certo para as pessoas adequadas.
Isso é feito por meio da coleta, resumo e análise da informação.
Ou seja, os dados reunidos com essa estratégia são compilados e analisados, servindo como um orientador para os gestores.
A partir das informações, eles podem identificar falhas e oportunidades, ajustando o que for necessário.
Outro objetivo é a organização do sistema de gestão, fazendo com que os gestores conheçam todos os fatos que ocorreram na organização e os resultados que eles causaram.
Portanto, a contabilidade voltada para o lado gerencial está destinada principalmente a:
- Projetar o fluxo de caixa;
- Analisar indicadores;
- Calcular o ponto de equilíbrio (ou seja, momento em que as receitas e as despesas são equivalentes);
- Determinar custos-padrões (custo que deve ser perseguido, tendo sido definido antes do custo efetivo; é um ideal);
- Fazer o planejamento tributário;
- elaborar e controlar o orçamento.
Como essa estratégia pode fazer a diferença no seu negócio?
Como essa ferramenta pretende fornecer informações atualizadas para a tomada de decisão, fica claro que ela é importante para qualquer empresa.
Afinal de contas, qualquer informação necessária para a gestão pode ser obtida por meio dessa ferramenta estratégica.
No entanto, existem alguns benefícios bem claros que podem ser especificados. Veja quais são eles:
- Aumento da eficiência das funções de gerenciamento;
- Auxílio na tomada de decisão estratégicas e fixação de preços;
- Melhoria na previsão financeira;
- Maior controle de desperdícios;
- Melhoria da comunicação entre os gestores e diferentes níveis de gerenciamento;
- Controle do custo de produção, facilitando a elevação da porcentagem de lucro.
Quais são as dicas para adotar essa ferramenta?
Para que apresente dados confiáveis que podem ser utilizados estrategicamente, a ferramenta gerencial deve ser integrada a outros elementos, como a contabilidade de custos e outros processos financeiros e contábeis que estão relacionados ao orçamento e ao planejamento da organização.
Dessa forma, você pode encontrar alternativas de soluções para os problemas e achar todas as informações fiscais de que necessita.
Além disso, esse tipo de contabilidade apresentará melhores resultados se você analisar os relatórios regularmente. Afinal de contas, de nada adianta ter um monte de dados em sua mão e não analisá-los.
É importante ressaltar que o relatório deve ser montado com base no orçamento, que, por sua vez, deve ser elaborado a partir de dados históricos e previsões contábeis.
Além disso, é importante se atentar a outras dicas. Confira a seguir:
Contabilize as contas bancárias
Elas devem estar “fechadas” e conterem seus extratos.
Possíveis diferenças devem estar demonstradas e não podem afetar o regime de competência (aquele em que a transação é registrada na data em que ocorreu).
Nesse caso, são admitidas somente as pendências bancárias, por exemplo, cheques não compensados ou débitos e créditos que devem ser ajustados.
Por outro lado, juros e encargos de financiamento, por exemplo, devem estar contabilizados.
Armazene dinheiro para férias e 13º salário
Todos os meses devem ser feitas as provisões de férias e 13º salário, baseando-se em relatórios do setor de recursos humanos.
Isso é importante porque a ausência de suprimento mensal vai distorcer os relatórios contábeis por causa do regime de competência.
Faça a contagem com base no patrimônio
As depreciações, exaustões e amortizações devem ser contabilizadas conforme o controle do patrimônio da empresa.
Registre os tributos junto com o fato gerador
O fato gerador é a ocorrência do tributo em si, que onera o contribuinte (pessoa física ou jurídica).
No caso das empresas que usam a ferramenta gerencial, os tributos devem ser gerados junto com o fato gerador, fazendo-se a provisão para o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Isso deve ser feito de acordo com o regime tributário adotado pela organização (lucro presumido, real ou arbitrado).
Contabilize os custos das obras
Essa dica é válida para as empresas que atuam com atividades imobiliárias.
Para essas organizações, os custos orçados das obras devem ser contabilizados.
Vale a pena lembrar que cooperativas e instituições financeiras também requerem a realização de ferramentas contábeis específicas.
Reconheça receitas, despesas e custos
O regime de competência, quando aplicado à contabilidade voltada para o lado gerencial, precisa reconhecer as receitas, as despesas e os custos.
Isso permite fazer uma análise adequada das informações financeiras, identificando as transações no momento em que elas ocorreram e desconsiderando o fato de terem (ou não) sigo pagas ou recebidas.
É importante lembrar de que a legislação brasileira reconhece somente o regime de competência.
Quais recursos contábil-gerenciais podem ser adotados?
Enquanto gestor, você também deve compreender muito bem quais são os recursos contábil-gerenciais que podem ser utilizadas para que essa ferramenta seja mais eficaz. Veja quais são eles a seguir:
Fluxo de caixa
O fluxo de caixa deve apresentar as entradas e saídas de recursos em determinado período de tempo.
No entanto, quando falamos nesse tipo de contabilidade, é importante destacar que o controlador deve conhecer todos os elementos que estão relacionados, como contas a pagar e a receber, compras de matéria-prima e materiais secundários, pagamento de salários etc.
Tendo essa visão mais ampla, ficam bem evidentes quais são os custos fixos e os variáveis, o que ajuda na tomada de decisões.
Custeio direto ou variável
Esse é um método que considera somente os custos variáveis que incorreram no produto durante sua produção.
Ou seja, o custeio direto ignora os custos fixos, porque eles são encarados como despesas já que existem mesmo que não haja produção e vendas na empresa.
Assim, evita-se a ocorrência de distorções ao apurar os custos.
Custeio por absorção
Diferentemente do custeio direto, esse método considera todos os custos, incluindo os variáveis, os fixos, os diretos e os indiretos.
Assim, é repassado para o produto todos os custos de produção, porque eles devem ser absorvidos pelas mercadorias.
Essa é uma boa ferramenta para auxiliar na definição de preços, por exemplos.
Orçamento
Derivado do planejamento da gestão, o orçamento é relativo às receitas e às despesas que a organização deverá ter em determinado período de tempo, que pode ser de um mês, três meses, um semestre, um ano, três anos etc.
É importante que, ao estabelecer o orçamento, a empresa determine objetivos e metas que devem ser atingidos naquele período.
Assim, é possível acompanhar ao longo do tempo e verificar se os objetivos estão sendo atingidos. Dessa forma, também é possível avaliar o processo de gestão.
Conclusão
Por ser uma ferramenta estratégica voltada para o direcionamento à tomada de decisões, esse tipo de contabilidade pode contar com a ajuda de sistemas de informação gerenciais, que poderão organizar e fornecer dados mais assertivos.
Assim, os gestores podem analisar e ter acesso a informações recentes e que repassam um verdadeiro status da situação financeira da organização.
O resultado principal, no entanto, reflete-se no conhecimento dos gestores, que identificam as ações que precisam ser tomadas para que as metas estabelecidas sejam alcançadas, impactando positivamente nos lucros da organização.
Agora, você sabe quais ferramentas de gestão podem ser usadas na sua empresa? Se você ainda não conhece, aproveite e leia o nosso post sobre as ferramentas de gestão
Assim, você vai aplicar não só a contabilidade gerencial na sua organização, mas obter muito mais vantagens para controlar as finanças e as operações.
Fonte: https://saiadolugar.com.br