Segundo pesquisa da consultoria Russell Reynolds, nunca se demitiu tantas lideranças de marketing como agora: 48% dos maiores varejistas nos EUA demitiram seus líderes de marketing nos últimos 12 meses. No Brasil, ainda que não existam estatísticas oficiais, o resultado não é muito diferente.
O motivo: a falta de prática de gestores no desenvolvimento de atividades e ações com os públicos-alvo, associada a avalanche de oportunidades de tornar todas as rotinas críveis de analises empíricas e, a partir dela, traçar planos para otimizar a performance da marca e seus produtos/serviços.
Com os avanços no macroambiente tecnológico, poucas áreas em uma empresa sofreram mais impacto no seu dia a dia e expectativa de influência sobre o negócio que o marketing. Mas o que está mudando exatamente? Quem está fazendo e por onde posso começar a me preparar para este novo ciclo?
Para isso listamos 5 práticas de marketing, comunicação e relacionamento com o mercado que, com pouco ou nenhum custo, você pode começar a estruturar a partir de agora:
Inteligência de Mercado: O tema não é exatamente novo – surgiu nos anos 90 junto com o trade marketing e a perspectiva de entender o ambiente de concorrência para traçar ações. Mas a quantidade de informações vindas da internet aliada a dados internos e externos pede que toda empresa hoje tenha um plano de marketing baseado na filosofia de Inteligência de Mercado: compreender macro e microambiente, a proposta de marca (branding) para depois visualizar estratégia e táticas. Exemplo: as perdas de vendas em volume e incremento do segmento de cervejas artesanais fez com que a AmBev entrasse comprando concorrentes como Colorado e Walls.
Big Data: Pode parecer algo presente somente no dia a dia de grandes empresas, mas engana-se: hoje, existem empresas que vendem seus dados (como operadoras de cartões) de fora estruturada para que você visualize sua performance frente ao seu setor e região que atua, gerando insumos fundamentais para o desenvolvimento de ações. Exemplo: a Cielo já disponibiliza uma plataforma que permite que qualquer PME possa acessar os dados médios de tíquete, parcelamento e receita média dos seus pares, gerando uma revolução àqueles que conseguem interpretar os dados para fortalecer suas ações de marketing, comunicação e relacionamento.
Inbound Marketing: Provavelmente você ouvirá muito sobre este termo num futuro próximo. Resultado direto da integração digital entre marketing e vendas, o inbound é uma metodologia que consiste no desenvolvimento inteligente de conteúdo de forma a criar “gatilhos” para que as pessoas cada vez mais conheçam seus produtos e depois haja a conversão em vendas. Já difundido em startups, trata-se de uma filosofia que deveria aproximar-se da economia real. Exemplo: uma montadora de automóveis poderia desenvolver toda uma estratégia de conquistar e rentabilizar clientes através de vídeos, e-books e postagens não dedicadas à venda de carros, mas a sua manutenção, dicas de mobilidade urbana e bem-estar, atraindo novos consumidores sutilmente ao seu funil de vendas.
Outbound Marketing: Se o inbound é o desenvolvimento online do mix de marketing e vendas, o outbound estrutura toda esta simbiose entre as áreas no contexto offline. Poucas são as empresas que se dedicam a estruturar a área de vendas de forma a valorizar a alta performance, com inteligência no mapeamento de mercado, dividindo prospecção de formatação de propostas e criando roteiros claros de aceleração dos resultados: Exemplo: a We Do Logos teve aumento de 140% nas vendas a partir do momento que desenvolveu uma rota de relacionamento com potenciais clientes (leads) gerados a partir de conteúdo prioritário sobre PMEs (estratégia inbound).
Growth Hacking: O profissional que será responsável sobre a estruturação de todo o planejamento entre o ambiente online e o offline, bem como a disciplina que será alvo de estudo e aproximação é o growth hacking – termo desenvolvido por um dos líderes do DropBox por focar exatamente em quebrar os canais tradicionais e maximizá-los para gerar o crescimento vertiginoso da ferramenta.
Como toda prática nova, a bibliografia ainda é pouco incipiente – há alguns livros em inglês sobre o tema que você pode recorrer na Amazon. Em português uma referência é “Manual Prático das novas Ferramentas Comerciais”, escrito por uma compilação de profissionais em 2015. Vale exercitar, no entanto, a busca por textos sobre o tema no Brasil e no exterior, há uma vasta videografia de aulas e palestras sobre o tema no Brasil (como as resultantes do RD Summit 2015 ou da ONG Endeavor) ou no exterior (SXSW, Kauffman Foundation ou do coletivo Growth Hackers). O importante é colocar tudo isso em prática o quanto antes!
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João Gabriel Chebante é fundador da Chebante Brand Strategy. Formado em Administração com Ênfase em Marketing na ESPM, com especialização em Modelagem de Negócios pela mesma faculdade e Gestão de Marcas (branding) pela FGV. Possui onze anos de experiência em marketing, atuando em inteligência de mercado e gestão de marcas como profissional e como consultor de empresas.
Fonte: http://www.jornaldoempreendedor.com.br/
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